Você já pensou em ser mais simples?
Talvez esteja na hora de refletir sobre isso. E de ajustar algumas coisas na sua vida, no seu trabalho, no seu dia a dia.
E esses ajustes podem ser justamente simples… Bastando começar.
Será mesmo que tudo o que você faz precisa ser feito? E caso precise, tem que ser de forma tão séria e pesada, de maneira tão complexa e complicada?
Essa reflexão (se realmente levada a cabo) pode poupar muitos anos da sua vida, bem como trazer muito mais alegria, felicidade, saúde e sorrisos do que você imagina.
Viver de maneira simples não necessariamente envolve morar numa praia ou numa cabana, e nem mesmo trabalhar menos; mas pode simplificar a sua forma de pensar e de agir. E, também não é preciso esperar pela “aposentadoria” para encontrar um estilo mais simples de vida.
Pensemos no hoje, no agora, e no nosso trabalho.
Vivamos e trabalhemos de forma mais simples, colhendo melhores resultados.
Pouco importa por onde você comece, desde que simplifique e que seja mais feliz. Sua família, sua equipe e sua organização agradecerão.
A dita simplicidade pode ser encontrada de várias formas, e em quase tudo o que fazemos, podendo trazer além de uma grande melhoria na saúde, no humor, e até nos resultados do seu trabalho e das empresas, maior realização, alegria e felicidade.
A vida nos cobra tanto, exige tanto, que com o tempo ficamos pesados… E a correria do dia a dia, bem como a pressão empresarial distorcem o que de fato precisa ser feito.
Você é (ou deveria ser) reconhecido e remunerado pela quantidade de memorandos, relatórios, reuniões e viagens, ou pelos resultados que “entrega”?
“Focar” na simplificação geral pode mudar a sua vida, a sua profissão e a sua carreira. E pode ajudar muito na busca pelos festejados “soft skills”.
Muitas vezes acreditamos que o “melhor” é necessariamente o mais complexo, o maior, o mais caro, ou o mais difícil. Nem sempre!!
Na vida ou na empresa o “melhor” tende a ser o mais simples.
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O mais simples é melhor
Um pensamento muito utilizado nos Estados Unidos da América ensina que o caminho correto está na simplicidade, na célebre expressão “Kiss” (“Keep it simple, stupid”). E geralmente o “mais simples” é mesmo o melhor.
Variações dessa frase como o conceito do “menos é mais”, ou do “fazer mais com menos” podem fazer sentido para você.
Fórmulas matemáticas e equações que somente os super-computadores podem realizar fazem parte da sociedade contemporânea, mas em geral os melhores e maiores resultados decorrem das “coisas simples” da vida.
O excesso de complexidade, de formalismo, de cobrança e de regras pode ser contraproducente. E ao invés de melhorar (o seu trabalho ou a sua vida) pode piorar.
O mundo atual pede resultados, mas igualmente quer simplicidade.
Faça o teste e procure saber se “os melhores anos” da sua empresa decorreram de grandes e revolucionários projetos complexos, ou de anos em que se focou no simples e “se deixou” as equipes trabalharem…
As chamadas melhores empresas para se trabalhar geralmente produzem mais e lucram mais, de maneira mais simples, com gente mais feliz, e com menos pressão.
Métodos, sistemas, fluxos, controles são necessários, mas talvez devamos repensar o peso de cada ferramenta de gestão e encontrar maneiras mais simples de trabalhar e de produzir.
Se chefes muitas vezes querem que trabalhemos “do jeito deles”, líderes em geral não se preocupam com isso, e colhem resultados muito melhores.
Dentro da lei e da ética, e segundo as melhores práticas de governança corporativa, as empresas podem conseguir muito mais com a simplicidade do que complicando a vida de todos os seus “stakeholders”.
Vejamos que frequentemente o que mais nos alegra decorre de um gesto simples (em geral, efetivamente humano) e não de algo complexo, super elaborado ou caro. E pessoas felizes e bem equilibradas produzem mais e melhor.
Muitos dos famosos aplicativos que se tornaram “sonho de consumo” dos nossos tempos fazem tanto sucesso por prometer simplificar a vida. Da mesma forma o “célebre touch” de alguns equipamentos (“modernos”), que reduzem os esforços e as etapas em muitos casos.
No caso das empresas, temos que nos lembrar de que “CEOs”, “Boards” e investidores querem viabilizar negócios, ganhar dinheiro, produzir mais com menos recursos (inclusive o tempo), e isso inclui menos reuniões, menos relatórios, slides e textos menores e mais simples, além de fáceis.
Esse mesmo raciocínio precisa ser aplicado às equipes jurídicas e à forma dos departamentos jurídicos atuarem. Temos que simplificar.
Já há alguns anos a advocacia corporativa aprendeu que precisava simplificar o vocabulário, a vestimenta e a maneira de se portar. Agora temos que ir além.
Empresas que pretendam gerar melhores resultados terão que necessariamente simplificar e reduzir processos, para incorrer em menos custos e ganhar agilidade, e as equipes jurídicas podem e devem ajudar muito nesse caminho.
Já se utiliza técnicas de simplificação da atividade jurídica, seja com linguagem mais clara e acessível, seja com quadros ou figuras (ao invés de textos rebuscados), assim como através de uma maneira mais “fácil” de se trabalhar.
A efetividade do apoio jurídico que realmente impacta os resultados da organização decorrem muito mais da experiência, da efetiva compreensão e gestão do risco, e do negócio, da criatividade, e da simplificação das relações do que de complexas e difíceis abordagens que às vezes mais confundem do que resolvem.
Simplificar não significa não levar a vida a sério, e nem mesmo deixar de ter responsabilidade. O lado bom da seriedade (de propósito) deve permanecer, mas de uma forma mais leve.
O segredo sempre está no equilíbrio!!
Biografia do Autor
Leonardo Barém Leite é advogado em São Paulo, especializado em negócios e em advocacia corporativa, sócio sênior da área empresarial de Almeida Advogados, com foco em contratos e projetos, societário, governança corporativa, “Compliance”, fusões e aquisições (M&A), “joint ventures”, mercado de capitais, propriedade intelectual, estratégia de negócios, infraestrutura e atividades reguladas.
Formado em Direito pela Universidade de São Paulo (“São Francisco”) com especialização em direito empresarial, pós graduado em administração e em economia de empresas pela EAESP-FGV/SP, bem como em Gestão de Serviços Jurídicos pela mesma instituição. Pós-graduado em “Law & Economics” pela Escola de Direito da FGV/SP, especializado em Direito Empresarial pela Escola Paulista da Magistratura (EPM) e em Conselho de Administração pelo IBGC/SP. Mestre em “Direito Norte Americano e em Jurisprudência Comparada” pela “New York University School of Law” (NYU/EUA). É membro de diversos conselhos de instituições brasileiras e internacionais, autor de diversas obras sobre gestão jurídica estratégica e direito empresarial, professor em cursos de pós-graduação. Integra várias comissões e comitês de advocacia corporativa em São Paulo e em outros estados. É professor em cursos de especialização em Gestão Estratégica de Departamentos Jurídicos de Empresas na FIA e na FAAP, em São Paulo, e autor de livros sobre o assunto. Foi sócio do escritório Demarest e Almeida – Advogados onde atuou por mais de 20 anos, e também advogado estrangeiro no escritório Sullivan & Cromwell em NY e na Europa nos anos 1990.